dez ou doze homens, de hábito negro, para carregá-los, e havia uns trinta andores. Adiante de cada qual ia certo número de crianças, vestidas do modo mais fantástico, representando os anjos e guiadas pelos frades. Iam de saiotes curtos, quase horizontais, e as asas de gazes de diferentes cores, armadas em aros de caniço ou de bambu; os cabelos empomadados, empoados e crespos; as faces pintadas de vermelho; e levavam nas mãos varinhas de prata com bandeirolas onde estava o nome do santo a cuja guarda pertenciam. Fechava o cortejo o pálio, sob o qual caminhava o abade, seguido pela banda militar. A procissão durava três horas para chegar ao convento de Santo Antonio.
A 12 de Março foi a procissão do Senhor da Misericórdia. "Às oito horas da noite", escreve Walsh", "algumas pessoas entraram na igreja e uma delas, ajoelhando-se humildemente a meu lado, pôs o ombro sob uma das varas do andor e levantou-a. Era de peso considerável, e exigia não pequeno esforço muscular; e quando procurei ver o rosto do homem robusto que a sustinha, notei que era o imperador. Fora costume de seu pai, enquanto esteve no Brasil, levar nos ombros esta cruz pelas ruas do Rio, exemplo que seu filho segue rigorosamente. Os ministros se colocaram sob outras varas e o pesado andor foi levantado com dificuldade e saiu da capela real para a igreja da Misericórdia.
Aí o chão estava coberto das mais ricas tapeçarias, cheias de senhoras, vestidas de claro, sentadas no chão à mourisca, deixando apenas o espaço por onde passou a procissão e depositou o andor num pedestal, junto do altar". Nesse momento