O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

Na Pauliceia de 1809 havia apenas uma tecelagem de algodão, onde se faziam redes, muito estimadas das senhoras. Na confecção de rendas se ocupavam as mulheres, algumas das quais habilíssimas. A classe de negociantes era a mais numerosa: eles vendiam de tudo e, às vezes, faziam grandes fortunas. Em 1868, viu Hadfield, casas de negócio numerosas e bem sortidas, de todo o necessário ao conforto. Havia poucos médicos e muitos boticários, alguns ourives medíocres, numerosos alfaiates e sapateiros e marceneiros, que trabalhavam lindas madeiras. Hadfield aí já encontrou pelas ruas negrinhos engraxates "muito no estilo de Londres"; e grande o movimento da cidade, com seu perpétuo tinir das campainhas das tropas, estalar de chicotes, seges e tílburis em constante movimento. Em 1800 as verduras eram abundantes, sendo muito apreciado o cará, "igual à melhor batata e mesmo mais farináceo que muitas variedades desta planta." A batata inglesa pouco se apreciava, preferindo-se a batata doce. Vendiam-se, então, galinhas a três vinténs e a tostão, leitões a 2 tostões e a cruzado; o toucinho a dois vinténs a libra e a carne fresca a trinta réis. Bebia-se leite de cabra. Ninguém comia carneiro. Sessenta anos depois, ainda informa Hadfield, não se comia gansos, porque se alimentavam de cobras, mas já havia bom leite de vaca, tirado à porta dos fregueses, pela manhã; manteiga fresca da melhor e uvas abundantes e baratas.

Os patos em São Paulo eram enormes, pesando 10 a 14 libras, e aí encontrou Mawe aquela raça de galos que tanto impressionaram Walsh no Rio de Janeiro: "Há uma raça singular de galos;