O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

homenagem e que seria julgado muito orgulhoso se recusasse. Então conduzi a senhora para o exterior, tirando antes o paletó e os sapatos para ficar em pé de igualdade com o resto dos pares. Caímos na dança triunfalmente, e ao terminar houve um viva geral e palmas ao branco bom que não despreza os costumes das outras gentes. Uma vez que tinha começado, dancei a noite toda.

À meia noite fomos para a casa da juíza, onde tive a satisfação de ver e tomar parte em várias danças de roda. Tais danças são principalmente de origem portuguesa, mas modificadas pela mudança de localidade. Uma das mais divertidas era a do pica-pau. Homens e mulheres, postos como em nossas danças campesinas, começam a dançar à roda, em círculo, algumas vezes, cantando Pica-pau, pra donde vai? Pica-pau, pra donde vai?

Depois quebram rapidamente a roda e voltam a seus lugares, e segue-se então uma série de pulinhos (procurando imitar os movimentos do pica-pau), homens e mulheres saltando para os lados, mas em direções contrárias, a princípio eretos, depois abaixando-se aos poucos, até quase o queixo tocar nos joelhos, enquanto o músico improvisa um diálogo do casal do pica-pau. Findo este, todos se põem de pé, dum salto, homens e mulheres se aproximam cantando

- Você fica, adeus meu bem!

com repetidas palmas e castanholas.

"Isto é o que se pode chamar o estribilho da dança, mas a cada repetição o músico improvisa alguma coisa nova e varia a figura. Não me lembro de ter rido tanto, especialmente ao saltitar. Estas danças de roda são todas eminentemente