O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

particular de pessoa poderosa, que é capaz de livrá-los de qualquer opressão, de falar em sua defesa ao Governador ou aos juízes; todas estas circunstâncias, combinadas, mostram acentuadíssima semelhança."

Pondo-se sob a égide dos grandes proprietários, procuravam os pobres, de vida mais miserável que a dos escravos, forçar a benevolência do amo, convidando-o a batizar um filho. Esse nome de compadre, pelo qual passa a tratá-lo, "permite ao pobre falar a seu superior com certa familiaridade amável, unindo-os por laços de amizade, cuja não observância seria sacrilégio."

A ama de leite, a preta que nutria ao seio farto o filho da sinhá, recebia também o nome de comadre, e o mesmo tratamento davam assistente, que aparava o recém-nascido. Koster viu em alguns pontos chamar comadre à cabra, cujo leite servia para a criança de peito, e diz ter visto crianças mamando diretamente no ubre de cabras mansas.

Pelas estradas, fora das casas grandes dos engenhos, das casas de copia das fazendas, quase só se veem mocambos, de palha, onde o coqueiro é abundante, de varas entrelaçadas ou de taipa — para o interior. A cobertura é, quase invariavelmente, de folhas de palmeiras: coqueiro no litoral, catolé no cariri, carnaúba no alto sertão. Ao tropel dos cavalos assomam às portas cabeças curiosas, faces de todos os coloridos, do branco ao negro. Entre os mulatos quase tantos tons quantas as pessoas e por isso dizia alguém a Koster: "Filho de mulato é como filho de cachorro — um sai branco, outro pardo, outro negro."