O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

Chamou a atenção dos que viajaram pelo nordeste o asseio corporal do povo, e Koster escreve: "Embora as classes inferiores, de qualquer colorido, tenham muitos hábitos de sujeira, aliados aos da vida selvagem, trazem o corpo sempre muito limpo. Um dos maiores inconvenientes da casa, quando o brasileiro se queixa do lugar onde está residindo, é a falta de rio ou lagoa na vizinhança, onde possa banhar-se."

Não parece, porém, que o pente fino fosse apreciado por sua utilidade. Em Porto Seguro Lindley viu como coisa muito natural a gente a catar piolhos, particularmente as mulheres "que enchiam suas horas de lazer nesse elegante divertimento; exceto nas horas das reifeições ou da sesta raramente se visita uma casa onde alguns dos moradores não estejam com essa ocupação."

Para a mesa, iam sempre de mãos limpas. "É costume em todas as casas", informa Koster, "das classes mais elevadas às mais baixas, trazerem, de acordo com as posses, uma bacia de prata, ou de barro, ou mesmo uma cuia, e uma toalha de cambraia rendada ou de algodãozinho para que a gente lave as mãos antes de ir para a mesa, e a mesma cerimônia se repete depois da refeição".

Em casa o trajar comum dos homens eram a camisa e as ceroulas. A gente pobre — tangerinos, almocreves --, mesmo pelas estradas ou nas cidades (a rua, como ainda hoje a chamam os roceiros) trazia a camisa por fora das calças e os pés metidos em alpercatas.

O chinelo de cara de onça, a botina, as meias eram luxo só permitido à minoria, nas novenas ou para a missa cantada. As mulheres, que nessa