ocasião se calçavam, punham saia rodada e chale vistoso aos ombros, ficavam em casa descalças, de saia e cabeção.
A roupa de couro era quase geral entre os sertanejos e não apenas limitada aos vaqueiros, dos quais, por seu preço elevado, se tornou depois exclusiva. O chefe da família que Maria Graham encontrou, voltando para o sertão, estava "vestido de couro dos pés à cabeça", como os outros homens da comitiva. E Koster assim descreve um sertanejo que encontrou em viagem: "Montava pequeno cavalo de cauda e crinas longas; a sela muito elevada adiante e atrás; estribos e freio de ferro enferrujado; e as rédeas duas tiras de couro muito estreitas. Vestia compridas calças ou perneiras de couro curtido, pardo-ferrugem, e amarradas na cintura. Como o assento é deixado desprotegido, usava por dentro das perneiras calças de algodão ou ceroulas. No peito uma pele curtida de cabra, amarrada atrás por quatro cordões, e o gibão de couro posto sobre o ombro esquerdo. O chapéu também de couro, de copa muito baixa e aba estreita (o que fez Maria Graham compará-lo ao caduceu de Mercúrio). Calçava chinelas do mesmo couro, presas as esporas de ferro ao calcanhar nu, passando por baixo do pé a correia que segurava as chinelas. Longo chicote de tiras de couro trançadas pendia do punho direito, um facão, preso a uma correia a tiracolo; faca na cinta e cachimbo de barro na boca. Amarrado atrás, à sela, um rolo de baeta, dentro do qual levava a rede e muda de roupa: camisa, ceroula e, talvez, calças de ganga."