O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

Como ideia geral do povo, exceto as classes superiores onde já por esse tempo se contavam os homens mais inteligentes do Brasil, a frase de Koster repetida, quase ipsis litteris, por diversos outros visitantes do Nordeste: extremamente ignorante, corajoso, generoso, sincero e hospitaleiro. E entre essa gente simples sentiram-se bem quase todos. Koster duas vezes volta à Inglaterra, mas o feitiço das várzeas pernambucanas o seduz e aqui vem morrer, minado pela tuberculose. Mansfield confessa que o "tempo fugiu como uma cobra untada de azeite, correndo muito agradavelmente." Apesar de achar que "o Brasil deve ser colonizado por ingleses ou americanos; o povo degradado que atualmente explora a terra deve ser internado nas florestas pois nunca poderá ser educado."

As abusões, as crendices, as mesinhas do povo subiam até as casas grandes. Em 1852 o senhor do engenho caraúna, "pessoa muito amável perfeito cavalheiro, bem educado, bem informado", mostrava a Mansfield penas de macuco, por ele experimentadas com sucesso contra a peçonha das cobras.

Alguns anos depois Pedro Américo, o nosso pintor máximo, recolhia esta sextilha, em que se vê que o povo já começava a descrêr da eficácia do antídoto:

"Cascavel mordendo a gente,

Não há mais o que fazê:

Em barde se bebe as pena

Do macuco milagroso;

Contra o cuspe venenoso

O remédio é se morrê!"