O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

Pelos mocambos perdidos, pelas fazendolas longínquas lá iam, levando os sacramentos e a palavra de fé os padres viajantes, que Koster aplaude: "Batizam e casam e assim conservam estas formas de religião, e impedem o esquecimento total das regras estabelecidas e da sociedade civilizada, conservando o elo suficiente que tornará esse povo, se transferido para distritos mais populosos, apto a receber ideias adiantadas."

São contraditórias, porém, as opiniões sobre o clero do interior, e todas mais ou menos justificadas. Padres de vida dissoluta, amancebados, de mulher teúda e manteúda, havia por todo o Brasil. Os que faziam alarde da própria crápula, como esse Fr. José dos Santos Inocentes (comparado com o qual Dom Juan seria um inocente), que Wallace encontrou em Guia, no alto rio Negro, eram exceção rara.

No meio do clero, geralmente ignorante, encontravam-se muitos sacerdotes de vida austera, espírito esclarecido e conhecimentos muito acima da média das classes dirigentes. Fala-nos Koster com simpática admiração, das virtudes e saber do padre João Ribeiro Pessoa de Mello Montenegro, e Gardner dedica algumas páginas ao padre Marcos de Araújo Costa "conhecido em todo o norte do Brasil não só por sua inteligência e preparo como por seu excelente caráter moral e por sua disposição caritativa." Ensinava gratuitamente o padre Araújo Costa, a 20 meninos, o latim e elementos de filosofia e matemática; possuía bela biblioteca de livros clássicos e de filosofia, quase todas as obras de Linneu e Brotero. E diz Gardner "se todos os padres do país tivessem metade da atividade, dos conhecimentos e do desejo de difundir