O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

Na fazenda do Sr. Calistro (101),Nota do Autor no rio Guamá, os escravos eram tratados muito bem. "O Sr. Calistro assegurou-me que compra escravos, mas nunca os vende", escreve Wallace,"exceto como punição por má conduta incorrigível. Eles têm feriados todos os principais dias santos, que são muitos, e nessas ocasiões mata-se para eles um boi e dá-se-lhes um pouco de cachaça, o que os torna felizes. Todas as noites, voltando do trabalho, fazem pequenos pedidos: este quer um pouco de café e açúcar para a mulher doente; outro pede novo par de calças ou camisa; terceiro vai com a canoa ao Pará e pede mil reis para comprar alguma coisa. E são invariavelmente atendidos, e o Sr. Calistro me disse que nunca teve motivos para recusar, pois os escravos só desejam coisas razoáveis, e não pedem favores quando a má conduta que tiveram lhes impede. De fato todos pareciam considerá-lo um patriarca, mas ninguém brincava com ele, pois o sabiam severo para com a completa ociosidade. Todos os domingos de manhã e à noite, embora não trabalhem, devem aparecer diante do senhor; isto para evitar-lhes ir longe, a outras plantações, roubar. De fato o Sr. Calistro cuida de seus escravos como faria de grande família de crianças. Dá-lhes divertimento, descanso e castigo como a meninos e toma as mesmas precauções para afastá-los dos maus atos. O resultado é que são talvez tão felizes como crianças: não tem cuidados nem necessidades, são socorridos na doença, os filhos nunca se separam deles, nem os maridos das esposas.