"Mas olhando sob sua luz mais favorável poderá dizer-se que a escravatura é boa ou justificável? É direito conservar certo número de criaturas, nossos semelhantes, em estado de infância perene, de meninice despreocupada? A meninice é a parte animal da existência do homem, e a idade varonil a intelectual; e quando a fraqueza e imbecilidade da infância persistem, sem a sua simplicidade e pureza, sua graça e beleza, como o espetáculo é degradante! e este é o estado do escravo quando a escravidão é a melhor possível. Ele não tem cuidados com a alimentação para a família nem economias a fazer para a velhice. Nada o instiga a trabalhar, se não o medo do castigo, sem esperança de melhorar sua condição, nem olhar para um futuro de perspectivas mais brilhantes. Tudo o que recebe é favor: não tem direitos, como pode conhecer os deveres? Qualquer desejo além do estreito círculo de seus trabalhos diários é inexequível. Não tem prazeres intelectuais e se tivesse educação para apreciá-los, isto lhe amargaria a existência; pois que esperanças de aumento de conhecimentos, que possibilidades de melhor trato com as maravilhas da natureza ou os triunfos da arte, senão a de apenas ouvir falar delas, pode existir para quem é propriedade de outrem, e nunca pode almejar a liberdade de trabalhar para viver da maneira que lhe pareça mais agradável?"
Os grandes mercados de escravos, os focos de entradas de negros foram Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro, seguindo-se-lhes o Maranhão. É duplamente interessante, portanto, o depoimento sobre estes lugares. Infelizmente a colaboração inglesa a respeito do Maranhão e da Baia é quase nula, no que se refere à escravatura. Não assim