O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

a escravidão, nada são comparadas à visão alucinante do mercado de escravos. Pelas circunstâncias da cidade (é bom relembrar que ela esteve em Pernambuco na sublevação contra Luiz do Rego), ele estava quase desguarnecido. Contudo cinquenta criaturas jovens, rapazes e moças, com toda a aparência de enfermidade e fome, resultantes da falta de alimento e da demorada reclusão em lugares insalubres, estavam deitados e sentados entre os animais imundos das ruas".

Quando apareciam compradores procuravam todos, à compita, fazer-se notados, dando mostras de grande satisfação quando escolhidos. E entre os mais jovens desse mísero amontoado de gente exposta à venda a alegria era particularmente visível ao mudarem de situação.

No Rio estava o grande mercado de escravos na rua do Valongo. Quase cada casa é grande armazem de depósito de escravos. Quando chega um comprador eles são mostrados, apalpados, comparados. "Frequentemente", diz Walsh, "vi senhoras brasileiras em tais compras. Chegam preparadas, sentam-se, tocam e examinam suas compras e as levam com a mais perfeita indiferença. Aí vi, às vezes, grupos de senhoras elegantemente trajadas, escolhendo escravos, exatamente como vira as mulheres inglesas divertindo-se em nossos bazares". Informa ainda Walsh que os principais mercadores de escravos eram ciganos. As cabeças de escravos, homens e mulheres, eram raspadas, deixando-se apenas pequeno topete adiante e algumas mulheres usavam lenços de algodão, amarrados como turbantes, enfeitados de sementes ou conchas "o que lhes dava um aspecto muito simpático", diz o reverendo.