O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

Os negros que vinham juntos no mesmo navio, os malungos, continuavam aqui muito afeiçoados, laços de afeição tornados indissolúveis nesses dias de comum sofrimento.

Uma vez arrancados de seu torrão natal, ganhavam os negros em que as naus inglesas apressassem o veleiro que os trazia para o cativeiro? É o o que se pergunta Caldcleugh: "Não teria sido muito melhor ter tranquilamente alcançado as praias do Brasil e ser mandado a trabalhar na lavoura, que ser enviado a marchar em torno do pátio de uma fortaleza, metido na apertada farda de soldado, de todas as roupas a mais penosa para

o negro, e transportado depois para uma de nossas ilhas das Índias ocidentais, a encher as fileiras?"

Nem todos os escravos eram vendidos nos mercados do litoral. "Muitos dos que chegam ao Rio", diz Walsh, "são mandados para o interior, e todos os dias encontrávamos pelas estradas longas filas de escravos, uns atrás dos outros; o mercador se distinguia por seu grande chapéu de feltro e o poncho, seguindo à retaguarda, montado numa mula e com comprido chicote na mão. Era outro motivo de piedade, ver grupos destas pobres criaturas, acocorados à noite, nos ranchos abertos, banhados pela chuva fria, em clima muito diverso do seu". Chegado esse mísero rebanho a qualquer povoação ou vila, o mercador os reunia numa praça e ia pelas ruas em busca de compradores.

"A vida dos escravos do Brasil", informa Koster, "é muito menos dura, muito menos intolerável que a de outros infelizes que arrastam a mais triste das sinas sob o jugo de outras nações e o modo pelo qual são tratados é infinitamente mais