a fiar algodão e os meninos a cuidar dos cavalos e vacas, que levavam ao pasto. A diferença entre as plantações pertencentes ao convento e as dos vizinhos era notável. Nas fazendas dos frades tudo corria fácil e regularmente. "Se muito se conseguia, o mais satisfeito era o Superior, pelo tempo bem aproveitado; mas se, ao contrário, pouco se obtinha, mesmo assim os negócios da comunidade iam caminhando".
Famosos por sua crueldade eram os senhores maranhenses, dizendo Koster que nada fazia tanto medo a um escravo quanto a ameaça de o mandar para o Maranhão.
Em geral os pequenos senhores (possuindo 2 a 10 escravos) eram mais estimados que os grandes proprietários. Os escravos dos primeiros apareciam bem vestidos aos dias de festa e aparentando certo ar de independência, considerando-se alguma coisa mais na terra que simples escravos. Não admitiam que em sua presença se dissesse uma só palavra contra os amos e eram muito menos sujeitos a adquirir os defeitos dos ricos, mostrando certo pundonor, maior receio de reprimendas ou castigos. Nas grandes propriedades o acúmulo de pessoas facilitava a depravação, e a imensa distância entre escravo e senhor aumentava a sensação de inferioridade; no caso dos pequenos lavradores, tal diferença como que se apagava pelos mútuos auxílios que se prestavam, servo e amo, em seus afazeres diários.
Junto ao testemunho das torturas e castigos severos dos pobres escravos há o do tratamento liberal, que parecia mais comum e os cuidados com os negros, a higiene das senzalas, o zelo pela conservação dos servos se tornou mais notável depois