de 1850 quando se extinguiu, afinal, o tráfico. Mas bons amos sempre os houve e Maria Graham nos dá conta do que assistiu em duas propriedades dos arredores do Rio de Janeiro, em 1822:
"Depois do almoço assisti à revista semanal de todos os negros da fazenda; os homens recebiam calças e camisas limpas e as mulheres saias e camisas de algodãozinho. Cada escravo, entrando, beijava a mão direita e a levantava para Mr. P. dizendo — sua benção, meu padre — ou — Louvados sejam Jesus, Maria, José. E ele respondia: Deus te abençoe — ou — para sempre (104).Nota do Autor Este é o costume das velhas fazendas; repetido de manhã e à noite, e parece estabelecer certa relação entre senhor e escravo, diminuindo os males da escravidão para um, a tirania do domínio no outro, reconhecendo um Senhor comum, do qual ambos dependem.
"Quando cada escravo passava, fazia-lhe algumas perguntas, sobre a sua pessoa, a família, o trabalho; e cada qual recebia um pouco de rapé ou tabaco, segundo a preferência. À tarde assisti à distribuição diária do alimento: farinha, feijão e carne seca, em ração certa para cada pessoa".
Um ano depois, visitando o engenho dos Afonsos, de João Marcos Vieira, escreve. (21-VIII-23): "Depois do jantar algumas pessoas da família foram fazer a sesta; outras ocupavam-se em bordar com grande habilidade, e o resto no governo da casa e em dirigir as escravas internas que, em sua maioria, eram nascidas na fazenda e criadas na casa da senhora. Vi crianças de todas as cores e