de certa venda, entre moleques, um menino quase branco, filho de inglês com sua escrava, menino que fora comprado ao pai.
Acordavam os escravos com o raiar da aurora mas, friorentos e entanguidos, seu trabalho só se tornava eficiente depois que o sol esquentava e, por isso, alguns senhores, informa Koster, só os faziam trabalhar às oito horas, depois do almoço. Do meio-dia às duas paravam para jantar, trabalhando das duas até o pôr do sol, no eito. Certos senhores sujeitavam ainda os escravos, uma ou duas vezes por semana, à tarefa noturna suplementar, o quingungo.
Fiscalizava-os o feitor, ora homem livre, branco ou mulato, ora outro escravo que se tinha recomendado à confiança do senhor, mas os feitores escravos precisavam ser vigiados, para evitar-lhes o excessivo rigor com seus comandados.
"Os negros livres", diz Caldcleugh, "são geralmente maus, viciados e desordeiros. Quando possuem escravos são muito mais cruéis que os portugueses, cevando inimizades de nacionalidade, desconhecidas dos brancos."
Mas Koster observa: "Diz-se que os mulatos são maus senhores, mas vi mulatos, nascidos livres, que eram tão brandos e pacientes com seus escravos como os melhores brancos." Negros forros se faziam depois até traficantes de escravos, informa Walsh.
Negros e mulatos, livres ou forros, podiam aspirar a quase todas as posições, sendo cercados de toda a consideração. "Os homens mais inteligentes que encontrei no Brasil", escreve Fletcher, "eram de descendência africana, cujos antepassados