tinham sido escravos." E muito antes de Fletcher já Caldcleugh aconselha para o Brasil população de mulatos "unindo a força muscular de uma raça com a inteligência da outra, tornando-se capaz de grandes feitos."
Mas o mesmo autor transcreve as duas noções folclóricas: os pretos tinham as plantas dos pés e as palmas das mãos brancas porque tinham sido feitos pelo demônio e este, para clareá-los, tentou lavá-los no Jordão. Apenas tocou o rio, este secou, de modo que só mãos e pés receberam água. O cabelo era carapinha do calor da mão do diabo e o nariz chato de um piparote do fabricante, indignado com sua obra. E comenta: "Tal a ida fantasista do brasileiro sobre a origem da raça negra, e seu valor é quase igual ao de muitas teorias forjadas pelos homens ilustrados na Europa."
Não havia nenhuma coação para que os escravos adotassem os hábitos dos senhores, mas suas ideias insensivelmente os levavam a adotá-los por imitação; por outro lado adquiriam os senhores alguns dos costumes dos escravos, dando-se deste modo aproximação, não raro deletéria, e das piores consequências quanto ao moral.
Alguns hábitos persistiam, entre os quais a escolha do Rei do Congo. Escreve Walsh, dentro do seu ponto de vista especial, o seguinte: "O sentimento patriarcal, que considera uma tribo como família, seus membros como irmãos e o príncipe como pai, ainda subsiste. Acreditam eles que o vínculo de fidelidade ao príncipe nunca cessa, sejam quais forem as circunstâncias, do mesmo modo que as obrigações dos filhos para