O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

com o pai. Veem-se frequentemente estes príncipes sentados numa pedra da rua, cercados pela turba que vem para julgamento. Na esquina da travessa Santo Antônio, onde se abre a rua do Cano, há um frade de pedra, que me foi mostrado como sendo, por muitos anos, o trono de um príncipe africano de Angola. Todas as tardes, depois do trabalho, e nos domingos e dias santos, a qualquer hora, ele aí era encontrado, ouvindo seus súditos, tendo em torno de si certo número de pretos, ouvindo e submetendo-se às suas decisões. Era joven atlético, de muito boa conduta e comportando-se com o espírito e dignidade de sua régia situação. Se um negro, por qualquer ofensa cometida contra outro, merecia castigo, este era administrado por um auxiliar."

Casavam-se regularmente os escravos, sendo publicados os banhos, como os das pessoas livres, mas era indispensável o consentimento dos senhores. Como repugnasse aos frades terem escravos brancos, desde que os mulatos desciam de certo tom, procuravam eles casá-los com negros ou mulatos muito mais escuros.

Diz Koster : "Vi muitos casais felizes, tão felizes pelo menos como podem ser escravos, constituindo numerosas famílias e levando vida muito menos desregrada que os de outras pessoas livres; de tempo menos ocupado, embora de educação infinitamente superior."

Demonstravam, às vezes, amarga e resignada filosofia. Uma negra transgredira os seus deveres conjugais e o Senhor quis castigá-la e vendê-la, afastando da senzala essa pedra de escândalo. Intercedeu