em grande área, produz efeito elétrico: eles correm para o largo de todos os quarteirões e em pouco são tomados de alegria muito próxima da loucura. Dançam, cantam, gritam, dão vivas, enchendo a vizinhança com o eco de sua algazarra.
"Para substituir esse tambor, usam às vezes ossos, que os dançarinos batem um no outro. São acompanhados por instrumento do tamanho de um pimenteiro, cheio de qualquer coisa chocalhante. Está preso a um cabo, e é agitado acima da cabeça dos outros." Era improvisado maracá. Usava-se também o reco-reco, tão conhecido hoje, que passou até a fazer parte dos juízes bárbaros e atordoantes.
"As danças", diz ainda Walsh, "começam com o movimento lento de duas pessoas, que se aproximam com ar medroso e desconfiado, e recuam acanhados e tímidos; aos poucos o tempo da música se acelera, a desconfiança desaparece e a dança termina com indecências, impróprias de ver ou descrever. Às vezes é de carater diferente, acompanhada de saltos, berros, agitar de braços acima das cabeças, assumindo os aspectos mais ferozes e truculentos. A primeira é dança de amor e a outra dança de guerra. Bailar parece ser a grande paixão do negro, a grande consolação que torna a escravidão tolerável. Onde quer que eu visse um grupo reunido, na rua ou na estrada, ou na porta da venda, sempre estavam dançando; e se não havia instrumento para acompanhar, o que raramente acontecia, eles o supriam com a voz. Em todas as fazendas, onde há certo número de escravos, a noite de sábado é devotada ao baile, depois dos trabalhos da semana. Um fogo de garranchos