O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

20 mil) pela vinda de imigrantes portugueses, madeirenses e alemães e, durante alguns anos o governo provincial gastou o avultado saldo orçamentário em embelezar a cidade". Calçaram-se as ruas, regularizaram-se as construções, "quase todas as casas em ruínas foram substituídas por belos edifícios, com elegantes balcões no primeiro andar. As grandes praças foram drenadas e plantadas de aléas de amendoeiras e casuarinas, tornando-as um ornamento da cidade".

E a capital do grande Estado do extremo norte parece ter recebido das fadas, que lhe assistiram ao nascimento, esse destino de viver por pulsações de progresso e abandono, alternativas que ainda continuam.

Até 1848 as casas não tinham vidraças, nem mesmo as casas de campo, as rocinhas de que com tanto agrado escrevem os dois naturalistas ingleses (1). Nota do AutorAs janelas eram gradeadas ou tapadas com gurupemas — "um tecido de palha tão miúdo, que apenas se distingue o vulto de quem está por detrás delas". Grades e gurupemas que, como as rótulas em Portugal, tinham por fim impedir que se vissem as mulheres.

É curioso que os visitantes de 1848 não digam uma só palavra do teatro, segundo Rodrigues Ferreira — "de muito bom fundo, ao menos proporcionado à grandeza e comprimento da casa, suficientemente assolada e que não deixa de ter suas vistas de algum gosto". Talvez porque ainda nesse tempo "não tivesse cômicos pagos".