educado, que tivesse a mínima noção de ciências, físicas ou mesmo de geografia. De uma feita um dos luminares de Santarém perguntou-lhe de que lado do rio estava Paris. "Esta pergunta não indica, como se poderia supor", diz Bates, "um desejo do conhecimento topográfico minucioso do Sena, mas da ideia de que o mundo inteiro era um grande rio, e os diferentes pontos, de que ouvira falar, deviam estar numa ou noutra margem".
No mais... o clima é magnífico, sem insetos nocivos, muito saudável. As ruas estão sempre limpas e secas. A praça é bem provida mas todos os gêneros, com exceção da carne, muito caros. Muito bom pão é distribuído todas as manhãs, bem como leite e grande variedade de frutos e verduras. Em torno da cidade, em vez da densa mata pluvial, tão característica da Amazônia, há uma região de campo, cujo aspecto varia muito com a estação. "Não há essa grande uniformidade de aspecto que é observada na floresta virgem durante o ano inteiro e que causa a mais profunda impressão no naturalista, que mais se demora nessa região".
Spruce ainda encontrou Wallace em Santarém, não coincidindo a permanência dos dois com as de Bates.
As outras cidades ribeirinhas do Amazonas, onde estiveram os naturalistas ingleses, não forneceram observações de maior relevo. Acompanhando o itinerário de Bates vemos que ele diz de Obidos apenas o seguinte: "É uma das cidades mais aprazíveis do rio. As casas são todas cobertas de telha e, na maioria, de sólida construção. Raras são as cabanas cobertas de palha, pois aí já se veem muito poucos índios. Foi uma das primeiras fundações dos portugueses, e a classe mais elevada é