Até 1852 a capital do Piauí era Oeiras, não sendo Teresina visitada por nenhum dos autores a que fizemos referência. De Oeiras há algumas páginas de Gardner, que vamos resumir. Contava então essa cidade (!) três mil habitantes, cuja aristocracia (não contando os funcionários públicos) era de negociantes a retalho, de mercadorias vindas do Maranhão, transportadas em grandes canoas, pelo rio Itapicurú, até Caxias, e de lá em diante em costas de cavalos. Consistia Oeiras de uma grande praça, da qual partiam algumas ruas. Das três igrejas duas nunca foram acabadas. Só havia três construções em dois andares, uma das quais era a cadeia, recentemente construída por engenheiro alemão. No andar térreo estavam os cárceres, ocupado o pavimento superior pelo tribunal. A assembleia provincial, os quartéis, a câmara municipal, o hospital, o palácio (?) do governo tinham só andar térreo. "Via-se, em ruínas, na parte norte da cidade, o belo e amplo edifício que fora o colégio dos Jesuítas, antes destes serem expulsos pelo governo de Pombal. Dos benefícios que os filhos de Santo Inácio de Loiola derramaram a mancheias pelo Brasil, registavam imparcialmente esses escritores, protestantes ou naturalistas sem nenhum credo, os vestígios numerosos e eloquentes. "A destruição da Companhia de Jesus," diz Waterton a respeito do colégio de Pernambuco, "foi terrível desastre para o público e suas funestas consequências até hoje dolorosamente repercutem (8)".Nota do Autor