O bairro de Santo Antonio apresentava ruas melhores que as de Recife, mais largas e mais regulares, mas quase todas sem calçamento, apenas possuindo altos passeios de tijolos; e sua pequena praça, cercada de casas térreas, asseadas, era o centro comercial.
Comenta Koster "Se as construções tivessem alguma beleza dariam ao todo certa imponência, mas infelizmente são muito altas para a largura, com o andar térreo servindo a lojas, armazéns e cavalariças. As casas de comércio vendiam um pouco de tudo, sem especialização. Nas ruas menos importantes as casas eram baixas e sujas". Estavam nesse bairro o palácio do governo—antigo colégio dos Jesuítas —, o tesouro, a prefeitura, a cadeia, o péssimo quartel, os conventos dos Franciscanos, dos Carmelitas e da Penha, e várias igrejas, graciosamente ornamentadas por dentro mas sem obedecerem a qualquer estilo arquitetônico. Era o bairro mais alegre e movimentado, ligando-se ao da Boa Vista por estreita ponte de madeira. Neste, só a rua principal era larga e bonita; as outras de casas baixas, dispostas sem nenhuma regra. Essa falta de ordem impressionou a
Waterton: "cada qual constrói sua casa olhando apenas as conveniências pessoais, sem consideração para com o interesse ou reclamações alheias". E pondera: "Se a arte e o bom senso aí tivessem cooperado, Pernambuco seria hoje magnífico ornamento da costa do Brasil. Seria para desejar que esta cidade, tão famosa por seu porto, tão feliz no seu clima e tão bem situada para o comércio, se tivesse elevado sob a bandeira de Dido em vez da dos Braganças".