O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

Em 1812, tornando a Pernambuco, observava com alegria que começavam os passeios à tarde; as sedas e cetins obrigatórios dos dias santos estavam sendo menos frequentes, substituídos por musselinas brancas e de cor e por outros tecidos de algodão. Os homens que, dois anos antes, se vestiam de negro, sapatos com fivelas de ouro e chapéu alto, usavam agora, em muitas circunstâncias, calças de ganga, botinas e chapéu baixo. As cadeirinhas, mais leves e muito mais graciosas, eram carregadas por negros mais chibantes, metidos em roupas claras, de pernas nuas e chapéus de plumas.

Já então o exagero da moda levava a ridículos, e Koster, na sua jovialidade dos vinte e poucos anos, descreve uma senhora "quase igual na circunferência e na altura: na cabeça minúscula chapelina, amarrada por baixo do queixo; o vestido na última moda de Inglaterra, mas tão curto e decotado que deixava à mostra muitas belezas que deviam ter ficado escondidas; era um vestido de musselina, com a cintura e a barra de cores diversas; os sapatos muitos apertados, mas o excesso de carnes ia até os tornozelos e os pés que, comprimidos, as faziam ressaltar em grosso ourelo".

Só em dia de festa viu Maria Graham as senhoras passeando pelas ruas, talvez reclusas então pela quadra anômala e de desassossegos que a cidade atravessava. O trajar mais comum era o vestido negro, sapatos brancos, cabelos enfeitados de flores ou fitas e mantilha preta ou branca.

A esse respeito já escrevera Henderson, que aí estivera poucos meses antes: "Os brasileiros apreciam muito as aparências externas, sem olhar para