O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

e muita força de vontade para conseguir algum conhecimento. O número dos que leem é reduzidíssimo e os que estudam assuntos políticos se dizem discípulos de Voltaire." Em 1838 a situação tinha melhorado extraordinariamente. Visitando a sala de leitura de Sociedade Literária aí encontrou Gardner "muitos jornais científicos e literários da França, Inglaterra e Estados Unidos."

Os homens trajavam como em Lisboa, seguindo as modas inglesas. Nas ruas ostentavam excessos de bordados e doirados nos jalecos e de laçarotes na roupa branca. "Só a serviço usam espada e o chapéu alto vai sendo abandonado," diz Lindley. Nos sapatos e nas ligas, fivelas de ouro maciço, gostando muito de atavios. Os juizes e ouvidores só aparecem em público levando como insígnias bastão trançado, de cinco polegadas, suspenso do bolso esquerdo, e o espadim à direita. Chegados em casa, despem todas essas galas, uns metendo-se no chambre, outros ficando de camisa e ceroulas.

O trajar comum das mulheres é a saia sobre a camisa, esta feita de cambraia fina, muito trabalhada e enfeitada e tão frouxa, que ao menor movimento, cai dos ombros, deixando o seio à mostra, e tão transparente, que se vê a pele. Quase nunca usam meias e, na estação chuvosa, metem-se em chinelas de lã e casaco felpudo.

Na missa trazem grande chale de seda preta, posto na cabeça, e que oculta a blusa transparente. Deixam o cabelo muito comprido, amarrado em cocó e sempre cheio de pomada e empoado.

Admirou-se Maria Graham de ver as baianas em casa com a roupa em cima do corpo, sem