pode ser facilmente desfiada), vegetais e farinha, mergulhando no molho, azeite ou caldo de que têm os pratos cheios, apertando o todo na palma da mão, dando-lhe a forma e quase o tamanho de um sabonete, e assim preparado, põem na boca de um só trago, e enquanto o comem, formam outro bocado." Era o clássico capitão.
Havia maior liberdade entre amos e empregados, "que nem a França, em seu mais completo estado de revolução e cidadania, nunca ultrapassou. Vê-se aqui o criado branco conversar com o patrão nos termos da maior igualdade, discutir suas ordens e insurgir-se contra elas, se contrárias à sua melhor opinião, que o superior recebe de boa mente e não raro aceita. Isto se observa mesmo com os mulatos e negros."
A cidade estava infestada de mendigos. Os conventos distribuem donativos em dinheiro e víveres, assim como os abastados, em regozijo da cura de pessoas de família ou por outros motivos. "Assisti várias reuniões desses mendigos recebendo benefícios", diz Lindley, "e seu número raramente era inferior a quinhentos".
Em 1802 havia teatro cômico português, dirigido por um italiano. "A casa mais parece um celeiro e a rua é tão suja que torna sua visita muito desagradável. Atores, drama e cenário são igualmente miseráveis: a música é a parte melhor, é a única tolerável, do espetáculo".
O Conde da Ponte deu início à construção do teatro de São João, inaugurado pelo Conde dos Arcos a 13 de Maio de 1812. Visitando-o em 1821, escreve Maria Graham:
"O teatro está situado na parte mais alta da cidade, e de seu terraço se descortina a mais bela