vista imaginável. É edifício de bonito aspecto e muito confortável para os atores e espectadores. Dentro é muito amplo e bem lançado, mas sujo e precisando ser pintado. Os atores são péssimos, sendo um pouco melhores como cantores, mas a orquestra é bem sofrível. Durante a representação homens e mulheres pareciam despercebidos do palco, rindo, comendo doces e tomando café".

Os principais divertimentos, porém, são as festas de santos, os votos das freiras, os funerais faustosos, a semana santa, celebrada com cerimônias pomposas, concerto e frequentes procissões. Raro o dia em que não havia um destes festivais, apresentando outras tantas oportunidades para as manifestações de devoção e prazer, aproveitadas avidamente, sobretudo pelas mulheres, que só então se libertavam do preconceito que não lhes permitia sair à rua senão de cadeirinha e com as cortinas cuidadosamente corridas. Nas festas maiores (Páscoa, São João, dias da Virgem, Natal), divertia-se a gente da melhor sociedade em banquetes, bailes, concertos, jogos de cartas.

Por ocasião das festas de igreja sempre se ouvia à porta uma banda de música, a tocar peças alegres. "Os músicos são negros e exercitados pelos vários cururgiões-barbeiros da cidade, da mesma cor, honrando essa profissão de músicos itinerantes, conhecida desde tempos imemoriais".

No diário de Lindley encontramos especial referência a algumas dessas festas e solenidades. Assistindo ao carnaval de 1803, escreveu ele na terça-feira, 22 de fevereiro:

"Nestes últimos três dias teve lugar um costume anual dos habitantes, de fazer toda a sorte de