& Cia." elevou ao auge minha admiração e fez explodir o remorso de brasileiro. Esse folheto de que, por felicidade, me veio às mãos um exemplar, um dos poucos existentes, é um livro que devia andar por todas as escolas onde houvesse um homem a criar, um compatriota a educar.
Na imprensa diária e nos livros, a espaços, uma ou outra palavra de saudade; nada mais. A Revista Contemporânea, excelente publicação de Rodrigo Octavio, prestou-lhe uma homenagem em 1904. Os que escreveram sobre a História do Brasil, pouco nele tocaram. Afranio Peixoto, em um livro didático, Minha terra e minha gente, consagrou-lhe algumas linhas; Euclydes da Cunha, alude a ele duas vezes, com fulgurações de relâmpago; Tobias Monteiro vota-lhe duas páginas, muito bem feitas, de Funcionários e Doutores; Tristão de Athayde, em traços rápidos mas incisivos, assinala seu grande papel na obra da unidade nacional. Pouco há além desse pouco.
Mais alguns anos e o nome de Mauá poderia cair totalmente em olvido.
Entretanto, não era possível viajar do extremo norte ao extremo sul do país sem encontrar, em cada volta, uma obra do seu gênio construtor: — o Amazonas, ele o criara rompendo o deserto das águas, rasgando mares de florestas à civilização, com uma linha de navegação de 3.200 milhas que assombrou, em 1865, o sábio Agassiz e sua mulher, pela ordem, pela disciplina, pelo asseio dos vapores, fazendo-lhes lembrar o conforto do seu Museu de Cambridge; o Rio Grande do Sul, gloriosa terra de seu nascimento, ele o franqueara também à navegação transatlântica, inaugurando o comércio direto com a Europa, varando-lhe a barra, cortando-lhe as areias em 1847 com os seus fortes rebocadores; no centro do país, as primeiras linhas de caminho de ferro, as primeiras cinco estradas de trilhos; para o lado do norte, as duas que das capitais de Pernambuco e da Bahia buscaram o São Francisco; para o lado do sul, as três que transpuseram a Serra do Mar, umas, como a de Petrópolis e a de Santos a Jundiaí, obras exclusivamente suas, a outra, obra tão sua como dos que por ela mais fizeram — a E. F. D. Pedro II. Por toda a parte, os melhoramentos materiais,