Mauá

o progresso, o gás do Rio de Janeiro e de outras cidades, O Canal do Mangue, os curtumes modernos, as fábricas de tecidos, a fundição e a construção naval em Niterói, os engenhos aperfeiçoados de açúcar, "as indústrias que podiam medrar sem grandes auxílios", os transportes urbanos e marítimos, colonização estrangeira, a nossa civilização industrial, enfim.

Só não existia, dos empreendimentos, aquela vasta rede de bancos que o povo conhecia por Casa Mauá; mas, o pouco que havia de educação bancária era ainda a memória desse banco e das suas agências, primeiro ensaio inteligente do crédito, ensaio gigantesco para o tempo, alongado por terras alheias em ramificações onde, pela primeira vez, chegava o nome brasileiro e já tão alto e tão acreditado como depois nenhum outro lá apareceu, casas bancárias em Montevidéu e em Buenos Aires, filiais em Manchester, (Carruthers, de Castro & Cia.) em New York (Carruthers Dixon & Cia.) em nove cidades do Brasil, desde São Paulo, Campinas e Santos, mal saídas ainda da categoria de vilas, para o norte, até Belém e para o sul, até Porto Alegre, Rio Grande e Pelotas, um inventário que hoje seria enorme e que para aqueles dias é simplesmente prodigioso.

Nada mais existia também das pegadas gloriosas do homem público, do parlamentar, do legislador, coautor do Regulamento 737 ao Código Comercial, e de outras leis sábias.

Nada do estadista, que, na frase de Tobias Monteiro, traçou as grandes linhas do progresso do Brasil. Nada do diplomata que, em 1850, fez, a mando do Visconde do Uruguai, a política da intervenção no Uruguai e aí ficara instalado, por conta própria, com uma atuação financeira em dois países, a que Octaviano dá os foros de "... uma nobre preponderância no Rio da Prata..." — e a que alude o atual Presidente do Banco do Uruguai e ex-Presidente da República, Dr. Claudio Williman, quando diz — "o Banco Mauá foi a mais poderosa agência diplomática do Império".

Um ou outro coração generoso se vinha insurgindo contra essa ingratidão; nomeadamente o Engenheiro Francisco Picanço.

Do Clube de Engenharia, em 1898, partiu um brado angustiado requerendo ao Governo contra o nome em que andava