atravessemo-los; eles são as estradas que marcham para nós".
Mauá acabou por aceitar este projeto como definitivo; a ele se entregou, corpo e alma. Era o projeto último de Ch. Palm, o recomendado do Príncipe Oscar da Suécia. A estrada iria de Curitiba a Campo Largo e Palmeira no Paraná; daí, ganhava o vale do Ivaí, atravessando o rio Paraná em direção à cidade de Miranda em Mato Grosso, a 630 milhas da costa do Atlântico. Daí ramificava-se para o norte na direção de Cuiabá e para o oeste na direção da fronteira da Bolívia, atravessando o Rio Paraguai em frente ao Capão da Queima, povoado boliviano no departamento de Chuquisaqua até à cidade de Sucre, antiga capital, e daí a Potosí e Oruro, onde estaria ligada ao Oceano Pacífico pela estrada de ferro que ia até La Paz.
Estava Mauá em Londres, quando foi assinado o contrato primitivo para estudos (22 de setembro de 1871) dessa grande via férrea, onde figurava o seu nome ao lado de W. Lloyd, Antônio Pereira Rebouças, Christian Palm e do Dr. Thomaz Cochrane, nome que andou sempre ligado a projetos de estradas de ferro.
Viu desde logo que seus sócios tinham aceitado condições difíceis e ensaiou modificá-las, timidamente embora, pois "... receava que se quisesse atribuir meu procedimento à falta de coragem em aceitar um compromisso sério ..." Seus sócios eram de poucos recursos pecuniários; os estudos exigiam um dispêndio de mil contos que deveriam ser adiantados de seu bolso, já então pouco farto. No espírito de Mauá, havia, porém, um ponto fora de discussão — é que a estrada precisava ser feita. Transferi-la a quem a pudesse executar, era vedado pelo contrato. "... Aceitar as condições insinuadas pelos que dispunham em Londres de pessoal técnico para semelhantes trabalhos e que visavam apropriar-se das concessões, além de humilhante, era cativar o futuro da empresa às exigências desarrazoadas da especulação ..."
Ele só não podia admitir a ideia de caducar a concessão. Seus capitais e mesmo seu crédito começavam, entrementes, a