Mauá

Casa Mauá & Cia., estava definitivamente abalada essa grande máquina de crédito e de energia que, por muitos anos, foi o nome da Mauá. Fugia-lhe o dinheiro; e o que é pior, ganhou argumentos o pessimismo e criaram asas os invejosos de sua enorme superioridade.

Não se dobra, porém, à perseguição, nem à desventura, um temperamento como aquele.

Algumas semanas depois da suspensão de pagamentos de Mauá & Cia., ocorrida em maio, ainda esse homem forte escrevia (10 de julho de 1875) um hino à grandeza da pátria, em esforço supremo pela bela ideia que era o seu pensamento político.

Merecem transcrição as palavras ungidas de fé do velho sexagenário falido, pelo Jornal do Comércio:

"Aqueles a quem faltam energia e força de vontade necessárias para levar ao cabo cometimentos de alcance elevado, impugnam com mordaz severidade todo o esforço dos poucos que entre nós ousam arrostar as dificuldades e os perigos da iniciativa de qualquer ideia útil, que pela sua magnitude não pode caber dentro da medida estreita a que a mediocridade quer sempre sujeitar o que não está em suas forças apreciar. Para esses afigura-se uma utopia a ideia de uma estrada de ferro que, partindo da baía de Paranaguá, vença a formidável barreira que a Serra do Mar interpôs para dificultar o estabelecimento de um sistema de viação aperfeiçoado que ponha nosso interior em condições de concorrer com um contingente imensamente grande para o aumento da riqueza nacional e o natural desenvolvimento das forças vivas do país.

"Pensem como quiserem os pessimistas. Hão de afinal essas forças triunfar de todos os obstáculos e permitir que o carro do progresso siga desimpedido e conduza o grande império americano aos altos destinos que suas gigantescas proporções lhe asseguram entre as nações cultas ...

"A estrada de ferro de Mato Grosso não é simplesmente um caminho estratégico, como alguns têm dito, na intenção não direi de amesquinhar, porque seria mal cabida semelhante qualificação tratando-se de um meio poderoso, de diminuir a importância