Mauá

imigração portuguesa, uma de 600 açorianos, outra de 500 algarvianos. Na expansão dos recursos naturais daquela zona, esse dois núcleos foram viveiros de seringueiros, aviadores e regatões que desbravaram a Amazonia. Na Província do Rio de Janeiro, preocupado com a substituição do braço escravo, antes mesmo do ilustre Ministro da Agricultura do ministério abolicionista Conselheiro Antônio Prado, já ele estabelecera à sua custa, duas colônias de 300 hindus, uma na fazenda de Sapopemba, outra na de Atalaia, em Macaé, fornecendo a esta os primeiros arados a vapor que o Brasil conheceu, os quais, na minha mocidade, vi funcionar em experiências da Usina do Cupim, em Campos, propriedade do Dr. Manoel Rodrigues Peixoto, e que, segundo consta, foram exportados em 1885 para a Argentina, por serem grandes demais para os trabalhos da planície fluminense; calculava-se, de fato, na ocasião, entre os entendidos, que esses dois maquinismos faziam em 12 horas o trabalho de 50 trabalhadores em dois meses.

O ilustrado professor de Economia e Legislação de Terras e Colonização da Escola de Engenharia de Belo Horizonte, Dr. Nelson de Senna, nas lições aos seus alunos, presta anualmente a Mauá a homenagem de um elogio particular ao seu papel de colonizador. É de suas lições que repito este trecho:

"Devo referir-me às tentativas de colonização de elementos estrangeiros, na longínqua Amazônia, por iniciativa do benemérito brasileiro que foi Irenêo Evangelista de Souza, o futuro Visconde de Mauá ... Por meio da sua Companhia, empreendeu a fundação dos núcleos coloniais de Itacoatiara e outro que tem o expressivo nome de Mauá, povoados por 1.060 portugueses e alguns chins aquelas remotas paragens do Brasil setentrional. A sua memória deve ser recordada aqui, ao lado da de Mariano Procópio, o construtor da União e Indústria e de Theófilo Ottoni, o fundador da Filadélfia, porque esses beneméritos coestaduanos (sic) e o self made man gaúcho formam