A instrução e o Império - 1º vol.

dos nossos olhos as maravilhas da imaginação, e da natureza; para nos conservarem presentes, vivos, a despeito da foice do tempo, e da fugacidade dos séculos, os fatos históricos das nações; melhor fora que não existisse a Academia. Uma providência importante submete o governo à consideração do poder legislativo; o estabelecimento de academias semelhantes nas principais províncias do Império, sendo as suas cadeiras preenchidas pelos alunos mais distintos da Academia Nacional, enquanto aquelas não tiverem produzido artistas que os igualassem ou excedessem. Pondo de parte as utilidades físicas e morais, que se devem tirar da criação destes estabelecimentos, já influindo na elegância e comodidade dos nossos edifícios públicos e particulares, já oferecendo alimento a talentos nascidos para a arte de imitação e evitando desta sorte que se desviem para veredas prejudiciais, uma outra se conseguiria, e vem a ser que, introduzindo-se por aquele modo o gosto às belas-artes nos lugares mais importantes do Império, onde ainda pouco são apreciadas, elas tirariam de si mesmo as forças necessárias não só para se sustentarem, como também para se desenvolverem. Se o poder legislativo quiser prestar atenção a esta ideia, as paredes dos nossos edifícios, hoje adornadas de tapeçarias e gravuras estrangeiras, em breve tempo brilharão com quadros das nossas encantadoras paisagens e dos acontecimentos mais notáveis da história do Brasil."

Em 1843 o relatório do ministro Araujo Viana diz que "A Academia de Belas-Artes continua a prosperar e o governo empenha-se em animar as pessoas que a elas se dedicam concedendo medalhas e condecorações às que por sua produção se tornam mais distintas: ele, porém, está persuadido de que tais providências