encontradas as horas que marcam para as aulas, muitos limitado deve ser necessariamente o número de alunos que a elas podem concorrer, sendo que até acontece ignorar o aluno a que lugar há de dirigir-se para matricular-se em qualquer dessas aulas. A estas, diversas circunstâncias cumpre notar que muito difícil, senão impossível, se torna a inspeção e vigilância dessas cadeiras que, isoladas, funcionam sem direção alguma, e sem nexo e relação entre si, unicamente entregues ao zelo individual dos professores. Estes, por sua parte, como poderão ter grande exatidão no cumprimento de seus deveres se, além de serem mesquinhamente retribuídos, têm de dar aulas em suas próprias casas, ou alugar à sua custa salas onde recebam alunos, sendo ainda obrigados a ministrar tudo quanto exige material e o asseio indispensáveis a estabelecimentos deste gênero? Em virtude das causas indicadas ficam os alunos destas aulas reduzidos, com poucas exceções, tão somente aqueles que, sem destinarem-se as carreiras literárias, sem terem talvez feito a escolha de uma profissão, desejam ter algum conhecimento de qualquer dos ramos de instrução secundária, ou resignam-se a esperar a deliberação de suas famílias, parecendo ocupar-se em algum estudo e iludir-se com uma fingida cultura de espírito. Para isso encontram eles todas as possíveis facilidades: a defeituosa organização das aulas públicas secundárias não exige condição alguma para matrícula dos alunos; a simples apresentação do menino pelo pai ou qualquer outra pessoa em nome da família basta para considerá-lo discípulo da aula, e sendo gratuito o ensino, com pouca reflexão abandona o aluno a aula e as lições sem fazer muitas vezes comunicação ao professor. Matriculado o aluno sem suficiente preparo da instrução