CAPÍTULO IV
QUESTÃO RELIGIOSA
Em Feijó entravam em conflito a obediência do sacerdote e os conceitos regalistas fundados na tradição portuguesa. Gênio autoritário, impulsivo, insofrido de oposição, não admira adotasse preferencialmente processos combativos. Levou tão longe seu ardor galicano, que ia promovendo, ministro do culto, o cisma de Roma; católico praticante, o auxílio a luteranos.
Ninguém foi tão longe quanto ele, na resistência oposta ao poder da Igreja. No entanto, divergente na disciplina, era sincero e fervente filho da catolicidade.
Quando vinha de São Paulo para assumir a regência, em março de 1835, eram tais os perigos, e tais as ameaças, que o padre julgou prudente redigir suas disposições de última vontade. Nesse momento em que a alma se mostra qual é, em palavras que são uma confissão perante o juiz que sonda as intenções mais íntimas, escreveu um documento que só depois de sua morte seria conhecido: "Tudo quanto tenho dito e escrito sobre a disciplina da Igreja, tem sido por zelo, e afeto à mesma Igreja, e desejo que se removam os obstáculos que a experiência mostra haverem na mesma a salvação dos fiéis."
Também não eram paixões inconfessáveis, vícios ou fraquezas pessoais que o moviam. Seu grande adversário,