CAPÍTULO VII
O BLOQUEIO FRANCÊS NO PRATA. A VITÓRIA DE ROZAS.
Já iam melhorando, para Rivera e seus aliados unitários, as feições da luta uruguaia, quando se deu o franco auxílio francês.
Atravessava a França, desde a queda de Carlos X, uma fase de extrema sensibilidade patriótica. Sob a fascinação das vitórias formidáveis da República, do Consulado e do Império, as derrotas de 1814 e 1815 haviam sido golpes sem par no seu delírio de dominação, e tinham ferido fundamente o orgulho nacional desse país, essencialmente guerreiro.
Ainda assombrados pela queda, não compreendia a política prudente, patriótica e reconstrutora de Luiz XVIII, teimando em livrar seu reino da tutela estrangeira, e em refazer-lhe forças econômicas e militares por uma orientação firme de não intervenção; esta, se diminuía possibilidades brilhantes de vitórias, favoráveis ao espírito de panache, assegurava em reciprocidade o respeito à inviolabilidade do território francês, sobre o qual pesava a ameaça da Santa-Aliança, e permitia a restauração das forças bélicas do país.
Era, contudo, comprimir violentamente o sentimento nacional e, de vez em quando, válvula a aliviar tensão do ambiente, era preciso admitir e levar a efeito uma que outra expedição militar. Tal, a expedição de 1822 à Espanha.