CAPÍTULO XIV
A PACIFICAÇÃO DO PAÍS
A situação criada pela Maioridade era essencialmente, na origem e no modo de realização, paradoxal, contraditória e ilógíca.
Reflexo do sentimento profundo do Brasil inteiro por ver encerrado o período de desordens e de revoluções, anseio de paz e de trabalho produtor, aspiração de predomínio da lei sobre o espírito do motim, lançava mão, para triunfar, do desrespeito à maior das leis, à Constituição, postergando-lhe as normas.
Na agitação preliminar, embora fosse comum a conservadores e liberais o anelo por sair dos tumultos das regências, aos últimos, com os Andradas à frente, havia cabido salientar-se mais nesse movimento visivelmente consolidador do princípio da autoridade.
Para perdurar, fora preciso que o novo governo tivesse base tão larga quanto a necessidade nacional de que surgira a antecipação do reinado do Imperador-menino. Ao invés de tal preceito, o espírito partidário e as ambições pessoais, fatores que tanto peso tiveram nos acontecimentos de julho de 1840, tinham monopolizado cargos públicos e feito do ministério, não um corolário e um guia da opinião do país, mas um ministério de família, com os dous irmãos Andrada, e os dous irmãos Cavalcanti.