CAPÍTULO VIII
A FRONTEIRA DO OIAPOQUE
Resumimos, neste ponto, o admirável trabalho de Joaquim Caetano da Silva, obra de tal valia que Rio Branco pôde, sem exagero, apontá-la no prefácio da terceira edição, de 1899, em Paris, \"véritable monument d\'érudition, qui a valu à l\'auteur l\'amitié de Humboldt et l\'estime de tous les savants qui s\'occupent de l\'histoire géographique du Nouveau Monde. Prés de quarante ans se sont passés, et non seulement L\'Oiapoque et l\'Amazone n\'a pas vieilli, mais il reste encore le guide le plus sûr pour l\'étude de la question de frontières\". Palavras rigorosamente exatas até hoje, após o arbitramento suíço, que tal monografia tanto contribuiu para facilitar.
No tratado luso-britânico de 19 de fevereiro de 1810, assinado por lord Strangford e pelo conde de Linhares, havia dous artigos secretos, dos quais o segundo continha a promessa dos bons ofícios da Inglaterra para o fim de, na paz geral, serem restituídas a Portugal as duas praças de Jurumenha e de Olivença, e de empregar todo seu esforço e valimento para se restabelecerem os antigos limites da América portuguesa do lado de Cavenna, conforme a interpretação constante dada por Lisboa ao estipulado em Utrecht. As ratificações, a 26 de fevereiro pelo príncipe-regente D. João, a 18 de junho por S. M. Britânica, tornaram perfeitos tais atos.