CAPÍTULO X
A GUIANA INGLESA
Nos últimos tempos da regência, a partir de 1838, foi despontando uma questão, insciente o governo brasileiro de que viria a constituir a única derrota sofrida pelo Brasil na fixação de seus limites, quando, proclamada a República, tratou de liquidar de vez as controvérsias lindeiras.
O mais curioso é que, pelos antecedentes todos e uniformes do problema, foi o único que tal divergência não parecia poder autorizar.
Vimos, em capítulos anteriores, a formação da posse amazônica pelos portugueses. O eixo principal, o rio-mar, tomado nos dous extremos do país, na foz e no rio do Ouro, de 1615 a 1638, foi sendo teatro de uma atividade constante de entradas e de missões, que o fizeram legítima conquista e ocupação lusa. A partir de 1649 se iniciaram a subida sucessiva e a posse contínua dos afluentes setentrionais, o Negro, o Branco e outros, segundo um plano de desenvolvimento que ninguém soube descrever e demonstrar como Joaquim Nabuco, nas exaustivas monografias que, em Roma, escreveu, de 1903 a 1904, para defender o direito nosso perante o árbitro escolhido para dirimir a pendência, S. M. o rei da Itália (1)Nota do Autor.