que se descreviam os laços entre partidários dos dous lados da fronteira, os homens de Lavalleja e as hostes de Bento Gonçalves. A província prosperava; em três anos haviam triplicado suas rendas.
"Não foi suficiente a experiência da própria felicidade e das desgraças dos Estados vizinhos e Províncias irmãs, para fazer continuar na senda até então trilhada. Um homem que outrora alguns serviços prestou ao Brasil, cheio de ambição do mando, dominado pelo ódio que votou a certas pessoas influentes da Província, e, quiçá, desejoso de melhorar de fortuna, levantou o estandarte da anarquia, conseguiu apoderar-se de Porto Alegre, obrigando o presidente Braga a retirar-se para a cidade do Rio Grande. Ao mesmo tempo que Bento Gonçalves da Silva, à frente de alguns índios, piões de charqueada da margem direita do rio, invadia a capital, por seus partidários atacava a Vila do Rio Pardo e as vidas do Marechal Sebastião Barreto e Tenente Silva Tavares. Felizmente os três ataques foram improfícuos aos desordeiros; o Corpo de Artilharia montada pulverizou o grupo de desordeiros que investia a Vila; o bravo Silva destroçou os assassinos comandados pelo Coronel Verdum; e o Marechal Barreto conseguiu evitar o encontro dos sicários que o procuravam. Segundo notícias até hoje recebidas, nenhuma Câmara, exceto a da capital, havia reconhecido o presidente e o Comandante de Armas intrusos. Logo que Bento Gonçalves entrou em Porto Alegre, foi aberta a casa em que se achavam depositados cerca de 600 contos de réis em cobre, recolhido em troco de cédulas, e com toda a celeridade se ia tirando e repartindo essa soma; consta mais que o Corpo de Comércio e cidadãos abastados foram forçados a grave contribuição, e que portas foram arrombadas, e tirados violentamente todos os cavalos. A revolta de que acabamos de falar era de muito tempo meditada, todos os Presidentes desde Galvão até o atual a previram, e por isto tomaram as providências que estavam a seu alcance, e que infelizmente