A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

nem sempre foram aprovadas pelo governo central, naturalmente não ciente das peculiares circunstâncias que moviam os presidentes.

Quando Lavalleja se rebelou contra o governo do Estado oriental do Uruguai, carecendo de coadjuvação do Brasil, prometeu ligar aquele Estado ao nosso; e alguns brasileiros de boa-fé simpatizaram com a causa de Lavalleja porque o julgavam sincero, e se persuadiam que o Império ganharia com a união da Cisplatina; e neste pressuposto deram ao rebelde oriental importantes socorros. Desenganados, porém, que jamais Lavalleja cumpriria suas promessas, e que o nosso governo, fiel aos tratados, não anuiria a semelhante intriga, desampararam ao caudilho que se viu forçado a mudar de linguagens e lisongear diversas paixões. Já não era o Estado oriental que se devia unir ao Brasil, mas sim a Província do Rio Grande a aquele, por meio de uma Federação. Prometia o aventureiro oriental estâncias e gados aos brasileiros que o coadjuvassem na luta contra D. Fructo Rivera, e auxílio forte para a independência do Rio Grande. Homens ávidos de fortuna e mando tomaram parte ativa na guerra contra o governo legal do Uruguai, e em tempo começaram a dispor os ânimos e preparar meios para realizarem seus intentos sobre a Província. Multiplicadas cartas particulares avisaram ao presidente deste Projeto, e o obrigaram a dizer na sua fala à Assembleia Provincial que ambiciosos de acordo com Lavalleja pretendiam desligar a Província do Império e uni-la à Cisplatina, e a tomar as providências que estavam sob sua jurisdição. A parte sensata e mais avultada da Província aplaudiu o presidente, ao mesmo tempo que os desordeiros procuravam todos os meios de o indispor com o governo central, certos de que debaixo de sua administração nada conseguiriam. Desgraçadamente foram realizados os desejos dos anarquistas e demitido o presidente. este fato foi na Província interpretado como reprovação a todos os atos da administração, e como simpatia