A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

a quem se mostrava tão imperioso e autoritário, no trato com a nova administração. D. Frutos, a seu turno, imprudentemente, provocava retaliações e medidas de defesa, ao relembrar sempre que a força política e prestígio eram dele, e que, à custa deles, governava Oribe. Alegação, aliás, exagerada.

Não mais se conteve este, e em fevereiro de 1836, iniciou a luta suprimindo o cargo de comandante geral da campanha, e fazendo transferências significativas no comando dos corpos. Silencioso, a princípio, em 18 de julho Rivera proclamou a revolta. Precipitara os fatos a pública acusação da Comissão Parlamentar de Contas sobre a gestão financeira do exercício de 1834. Era justa, no sentido de apontar a desordem reinante no período presidencial anterior, quanto a gastos e arrecadações. Era um caos em que, em vez de um saldo credor de 271.000 pesos, anunciado pelo Tesouro, se deparava um deficit de 1.200.000; verdade era que os dispêndios da campanha contra Lavalleja não haviam sido computados por inteiro. Claro que tais reparos, exacerbados por ódios partidários, e divulgados pelos jornais oficiais e oficiosos, seriam outras tantas provocações ao alvo das críticas.

Pouco paciente, e ainda instigado por Lavalle e seus comandados, D. Frutos não mais hesitou e encabeçou a revolução. No dia imediato a seu início, em 19 de julho, pois, Oribe participou o ocorrido a Rozas, e este, sem demora, ordenou a perseguição, até a morte, dos sublevados e de quem os auxiliasse. Estava feita a aliança, que só em 1852 se romperia com o desbarato dos dous caudilhos.

Lavalleja, naturalmente, juntou suas forças e elementos aos do governo uruguaio. Surgiram então as divisas que até hoje caracterizam os partidos desse país: os Mancos, chefiados por Manuel e Ignacio Oribe, e Servando Gomes; os colorados, obedecendo a Rivera e a seus auxiliares.

A 19 de setembro, a vitória de Carpintería aniquilava o levante, consolidando ao governo. Pouco mais durou.