Tais o luxo e a abundância das provas, quer diretas, quer derivadas, que ao trabalho se fez a crítica, aliás honrosa, de exagero nos meios de evidenciar a evidência.
A esse estudo magistral seguimos exclusivamente no resumo ora encetado.
De 1671 são as primeiras notícias de exploração do rio Branco, dadas na Relação histórico-geográfica do Rio Branco da América portuguesa e no Diário da Viagem do ouvidor Francisco Xavier Ribeiro de Sampaio. Mas só existem dados mais positivos a partir de 1719, com a construção do forte de São Joaquim, na foz do rio Branco, no furo do Jaraperi. Ininterrupta e sempre alerta se manteve a vigilância dessa atalaia, contra as invasões quer de holandeses, quer de espanhóis. Isto mostram exuberantemente os documentos publicados por Nabuco.
Não era simples ocupação estática; irradiavam expedições exploradoras, tropas de resgate, missões religiosas, partindo ora dos estabelecimentos do rio Negro, ora do forte de São Joaquim. Do começo do século, de antes disso, mesmo, até 1811, dão notícia as Frontières du Brésil et de la Guyane Anglaise de quatorze itinerários de viagens, que recortam as regiões do Tacutu, do Pirara, do Maú, do Catingo, do Majari e do rio Branco.
Em 1775, foram presos os espanhóis da zona do Parima, e remetidos para o Pará. Já relatamos o fato, como episódio da luta entre portugueses do Amazonas e castelhanos da Guiana. Mas, quanto à região do vasto triângulo setentrional da bacia do rio Branco, o fato oferecia aspecto de significação mais precisa: era afirmar a presença permanente, com ânimo dominical, do elemento português.
Assim o reconheceram sempre todos os países.
A Espanha, no tratado de 1750, no mapa que serviu de base ao traçado lindeiro, a zona a oeste do rio Maú traz as cores lusas, até a divisora de águas com a bacia do Orinoco. Nada diz quanto ao trecho entre o Maú, o Pirara e o lado de Amacu.