A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

Outros tantos estímulos da instabilidade da solução majoritária, não quanto ao fato central da ascensão ao trono, mas quanto à permanência dos atores da peça.

Nem eram menores as paixões desaçaimadas pelo evento partidário; obra e anseio de todos; aproveitamento e exploração de um mero pugilo de audazes. Construção levantada sobre areias movediças, tinha de ruir, mesmo quando não concorressem para tal desenlace as deficiências políticas e administrativas de quase todos os ministros de 24 de julho. Ademais, nenhuma homogeneidade entre eles; só os dous Andradas, habituados a agir conjuntamente, malgrado suas divergências, dariam a impressão da colaboração normal de um gabinete parlamentar.

Inspiravam, a todos eles, sentimentos diversos. Companheiros da jornada maiorista, haviam chegado juntos ao pouso, sem liame de ideias e de rumos, além do empenho de subir e de fazer cessar a fraqueza ingênita do provisório, que era uma regência.

Obtido este último resultado, desfizera-se a coesão, e a força verdadeira já não estava com os cabecilhas que tinham levado, de roldão, deputados oposicionistas e povo exaltado e tropa fraternizadora ao paço do Senado, e daí a São Cristóvão a solicitarem todos a anuência imperial. Residia realmente, se bem menos ostensiva, em redor do monarca, no elemento conservador puro, que havia compreendido que a salvação da Independência, da unidade e da monarquia dependia do restabelecimento da autoridade, da pacificação dos espíritos tanto quanto da tranquilidade material, da confiança pública nos homens incumbidos pelos próprios fatos de executar tal programa.

Aureliano simbolizava esse pendor, mais do que todos os outros conselheiros da coroa, e traduzia a corrente predominante, quase exclusiva, da opinião ,pública. Era o antigo chefe de polícia de Feijó, e um dos seus sucessores na pasta da Justiça, e, como tal, merecia o crédito dos partidários da ordem. Por outro lado, como vimos,