A política exterior do Império v. III - Da Regência à queda de Rosas

Borges da Fonseca, que, pouco antes, fora preso por injúrias ao Imperador. Daí tiravam todas as ilações possíveis, inclusive as mais exageradas. Os chefes praieiros, entretanto não eram republicanos, nem infensos ao Império, e a correspondência da época, deduzidos os exageros partidários, dá prova disso. Com razão dizia ele, que à revolução faltava até um pretexto apresentável. Uma bala perdida feriu mortalmente Nuñes Machado e logo desmoronou todo o aparelho combatente. Borges da Fonseca dá numeros que colocam o movimento entre uma das lutas mais mortíferas do tempo; os rebeldes, nos vários combates que se travaram, tiveram 502 mortos e 1.188 feridos; da parte dos governistas, faleceram 10 oficiais, 303 praças de pret, 492 feridos; de ambos os lados, pois, 815 mortos e 1701 feridos. Diz Nabuco que de tudo isso só há uma perda realmente sensível, a morte de Nuñes Machado. Mas, de fato, o espírito revolucionário estava morto. O país estava cansado; não se tolerariam mais conflitos com ideias autonomistas ou separatistas. A revolução praieira, que quisera generalizar uma competição de rivalidades partidárias regionais, teve quase geral e unânime condenação. Finalizou com a entrega dos culpados às justiças da província. Como os antigos clássicos romanos, exaltando a augusta pax romana, cessou no Brasil monarquia, de vez, a luta à mão armada dos partidos políticos, e se iniciou, em 1848, a solene paz do Império, que só cessou com a queda do regímen imperial e a proclamação da República, em 1889.