Por ocasião das lutas, que causavam a independência da República do Uruguai, a expedição heroica dos Trinta e Três tinha sagrado Lavalleja chefe da nacionalidade. A evolução subsequente havia, após os tratados de 1827 e 28, transferido esse ascendente a D. Frutuoso Rívera, até que a presidência da República viesse parar às mãos de D. Manuel Oribe, cuja luta de morte com o primeiro desses próceres degenerou em violenta guerra civil, como vimos páginas atrás.

Numerosas causas concorriam para tornar uniformes as condições sociais, locais e políticas de toda a zona do sul que se estende dos contrafortes dos Andes até a zona rio-grandense de Cima da Serra, em resumo aproximado, a que constitui o estuário colmatado do Rio da Prata. Uma dessas causas era a planura dessa região de coxilhas. Outra era a natureza muito semelhante das populações. Nenhum preparo bélico especial as diferenciava. Só se peleava a cavalo. A cavalaria, em geral, só conhecia um modo de combater, o choque, a carga; a arma usada era a lança ou o sabre; a falta de instrução militar reduzia as eventualidades dos entreveros. A pouca força a pé, a infantaria, não dispunha de armamentos praticamente diferentes que, por sua natureza ou por seu modo de emprego, desse lugar à evolução tática das guerras mais modernas. Em seu esboço primitivo, a questão reduzia-se a uma questão de número de combatentes, às diferenças nos pesos das multidões que entravam em contato no entrevero. Toda região constituía assim um todo único sem diferenciação.

No caso das antigas Províncias Unidas e do Uruguai, um outro elemento possuía grande valor: a política internacional, quase poderíamos dizer interna, que se degladiava nas duas margens do caudaloso Prata. Desde que Rozas havia assumido a chefia do Poder Executivo, havia-se exacerbado a má vontade, com que, desde muito, fora considerada a sucessão da República oriental; os tratados de 1827, e de 1828, garantidor este último da Independência do Uruguai, eram mal vistos e só o fato da Inglaterra poderosa