ser um dos garantes impedia de fato o rompimento com o Império do Brasil. Por outro lado, Montevidéu recebia todos os expulsos de Buenos Aires e das Províncias Unidas, adversários de Rozas. A isto acrescente-se a animadversão pessoal que o chefe da Argentina tinha a D. Frutuoso Rivera. Quando, por um ato impolítico, D. Frutuoso, em sua luta contra D. Manuel Oribe, incorporou os blancos argentinos aos colorados que formavam o exército uruguaio, as hostilidades logo se manifestaram entre as duas margens do caudal, e apertaram-se os laços que prendiam Rozas a Oribe. Assim, os dous nomes blancos e colorados adquiriram significações opostas nas ribas fronteiras do grande rio. Colorados, eram quantos combatiam com Rivera, quando este foi governo em sua terra, e já eram o elemento oficial. Blancos eram seus adversários todos, inclusive os emigrados ou exilados de Buenos Aires. Quando D. Manuel Oribe renunciou à curul presidencial para a qual houvera sido eleito ao finalizarem os poderes de D. Frutos, e a seu turno, emigrou para Buenos Aires, nem só Rozas se negou a reconhecer a renúncia, como, mais tarde, o incluía nos exércitos federais, com o posto de general, posto que ele ocupou efetivamente, chefiando exércitos, como vimos em folhas passadas.
Sem falarmos em épocas mais remotas, limitemo-nos a rememorar os tempos do bloqueio francês do Rio da Prata e da colaboração argentino-uruguaia na bacia do grande rio. Rozas, apoiado pela maior parte das províncias, tinha o apoio da população argentina toda. Um outro motivo de ordem geral animava essa campanha. Desde a divisão do estuário platino em mais de um governo, a medida do governo espanhol nunca fora bem aceita; não havia chegado a um rompimento formal a situação das duas margens do canal, mas Buenos Aires raras vezes concordava com as opiniões de Montevidéu. Já na insurreição de Arrigas, era a unidade da bacia platina que se anelava formar, e a independência fora um pis-aller, por não aceitarem as outras províncias a ideia federal ou confederal que animava o movimento