A instrução e o Império - 1º vol.

es moços dos gentios e também dos cristãos", e os moradores ajudaram com o que podiam. O governador Thomé de Souza doou a estas escolas uma sesmaria que ficou conhecida precisamente com o nome de "água dos meninos".

Enquanto esta atividade se desenvolvia na sede do governo geral (Bahia), fato semelhante se nota em Porto Seguro, onde aprendiam a ler e escrever os filhos naturais da terra; e em São Vicente, logo após a chegada de Leonardo Nunes, em fins de 1549. Fundou ele uma espécie de seminário ou escola média, onde além de escrever, ler e contar, havia outra de língua portuguesa e até latina.

Em 1552, além dos conhecimentos linguísticos, os padres já apresentavam três escolas de instrução elementar na Bahia, Espírito Santo e São Vicente, a primeira e a última já com ressaibos de secundária, com as aulas de latim e português.

Nota para ser sublinhada nesta matéria de ensino. Naquele tempo, meados do século 16, pouco se pensava na instrução das meninas. Em todo o caso dá-se o fato extraordinário de irem ter os índios com o padre Nobrega e pedirem-lhe que assim como havia padres para lhes ensinar os filhos, também desejavam mulheres virtuosas para as filhas. E queriam escrever, e de fato escreveram, à Rainha D. Catarina que lhes enviasse. "E pareceu isto tão bem a todos, tanto ao governador como a mais da cidade e aos padres, que todos uns e outros escreveram sobre isto". A esta antecipação de quase três séculos ao costume de educar as mulheres, à semelhança dos homens, chama Afranio Peixoto "intuição quase milagrosa".

Referindo-se à escola da Bahia, Nobrega alude às dificuldades com que viviam (tudo que recebiam