A instrução e o Império - 1º vol.

escala e que reduza da menor a maior grandeza. Da mesma sorte não quero que se ensine a gramática da língua nacional; não quero que se diga que coisa é nome, nem que coisa é verbo, que tais partes da oração são essenciais e tais acessórias; quero que se faça perceber tão somente, por via de exemplos, no qual não se trata de verbos, nomes e casos; quero que se ensine por via de exemplos tão somente". Aprendemos com o uso. Muita gente não passa das primeiras escolas e quando vai aprender as artes encontra grandes dificuldades, se não tem alguns conhecimento da geometria, assim como da primeira conta. Quanto à leitura deve-se escolher escritores portugueses, como quer o Sr. Odorico Mendes escritores de história natural principalmente do Brasil, dos deveres do homem em geral. O Sr. Xavier de Carvalho lembra "o estado de atrasamento em que se acha desgraçadamente a educação no Brasil fará com que se formos a exigir de um professor do primeiro ensino, do qual depende a felicidade dos cidadãos, requisitos maiores não tenhamos professores. Se exigirmos de um mestre de primeiras letras princípios de geometria elementar, dificultosamente se acharão; talvez apareçam muitos na Corte e nas províncias de beira-mar haja alguns; mas daí por diante haverá muito poucos ou nenhum. Por isso eu me contentaria que os mestres soubessem as operações de aritmética maquinalmente; eu aprendi assim. As mesmas dificuldades para os "conhecimentos da língua nacional se forem a exigir-se com perfeição dando todas as razões..." Tem ainda dúvidas a respeito dos princípios religiosos e de moral entregue ao mestre da escola de primeiras letras. O Sr. Cunha Mattos replica: "os princípios de geometria são de última necessidade até para ser pedreiro ou carpinteiro;