e talvez sem o auxílio dos inspetores de quarteirão, nunca chegasse a ter uma lista exata delas.
Ocupar-me-ei primeiramente com as aulas públicas, por quanto acerca delas pouco tenho que dizer. Acham-se espalhadas pela cidade, ao alvitre do professor, em nenhuma correspondência com os seus colegas; de ninguém recebem direção comum; as lições são de manhã ou à tarde, como ao professor parece mais cômodo; o tempo é curtíssimo para suas explicações, especialmente nas aulas de latim; porquanto obrigado o professor a admitir, em qualquer época do ano, os alunos de qualquer idade, de qualquer grau de adiantamento, vê-se obrigado a multiplicar classes e decúrias e a dividir entre elas seus cuidados e as poucas horas das suas lições.
Entretanto cumpre reconhecer que em geral os professores são hábeis e consagram ao que ensinam esse santo amor, que tão respeitável torna o magistério, mas reduzidos a ordenados insignificantes e até ridículos que nem lhes chegam para o aluguel de uma casa sofrível em que possam dar aula, como querer, que não esmoreçam? Nada entre eles despertando a emulação, desmoralizados até por essa inspeção dos fiscais a que estão sujeitos, como não hão de seguir desgostosos a regra fradesca: facere officium suum taliter qualiter?
Reunir essas diversas aulas em um colégio de externato, regularizá-las, sujeitá-las a uma direção comum, e melhorar a sorte desses dignos professores é uma medida indispensável, e cuja adoção já muito tem tardado.
Pelo modelo desse externato, que cumpriria aumentar com algumas outras cadeiras poder-se-iam regularizar os colégios que a indústria particular quisesse estabelecer, já que pelo aparato dos seus estudos