outras já existentes entre nós e com mais alguns que se devam criar em um corpo de Universidade, na capital do Império. O melhor desempenho das obrigações escolásticas quer da parte dos lentes, quer da parte dos alunos, colocados debaixo das vistas imediatas do governo geral, menos acessível pela sua elevação a quaisquer influências e sobranceiro a receios de comprometimento que a intriga, o despeito ou a aversão tente tramar-lhe, não é a única vantagem que desta medida se deve recolher. Estabelecida uma universidade aproveitam-se talentos, que sem ela ou jazem ociosos ou se mostram menos aplicados pela falta de escolas de ciências, para que tem propensão mais pronunciada; e adquire-se muito maior desenvolvimento, frequentando simultaneamente escolas de ciências diversas. A curiosidade mesmo é aí uma origem de maior saber, frequentando estudantes de umas ciências as aulas das outras; daí a troca de livros, a comunicação de ideias, a emulação enfim, que tão importantes como louváveis resultados sabe produzir. A ideia de estabelecimentos solitários e distantes é mesquinha: circunstâncias de momento e a força de algumas prevenções levaram os legisladores do Brasil a preferi-la; mas essas circunstâncias passaram, as preocupações têm-se desvanecido, e o progresso das luzes e a difusão dos conhecimentos marcam a presente época como aquela em que só devemos ter por fim a utilidade pública, e por timbre o desejo de consegui-la. Não dissimularei que algumas pessoas apartam-se da opinião do estabelecimento de uma universidade na capital do Império; mas cumpre confessar que as razões por elas apresentadas têm alguma cousa de especiosas. Uma dessas razões é a carestia da Corte; a outra (para me servir de suas expressões) é a aversão que têm as musas ao bulício das grandes cidades. Pelo que toca a primeira, responderei